Turismo Imersivo: Da Massificação à Experiência com Significado

Hoje, viajar tornou-se uma prática tão comum que se arrisca a uma certa banalização. Em 2023, os residentes da União Europeia com mais de 15 anos realizaram mais de 1,1 mil milhões de viagens turísticas com pelo menos uma noite de estadia. Isso equivale a uma média de 2,4 viagens por pessoa por ano (Eurostat, 2023).  No outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, a maioria das famílias realiza uma média de três viagens por ano.

Apesar da dimensão impressionante destes números, esta massificação e repetição de itinerários semelhantes — praias, monumentos, capitais turísticas — faz com que muitas dessas viagens deixem de ser experiências marcantes ou transformadoras.

É neste contexto que surge com força uma tendência internacional: o turismo imersivo (immersive tourism), também referido como experiential travel ou curated travel. A sua proposta é clara: substituir a quantidade pela qualidade, levando o viajante a viver experiências autênticas e a criar ligações genuínas com as comunidades locais.

O que distingue o turismo imersivo?

Ao contrário do turismo de massas, o turismo imersivo privilegia pequenos grupos e experiências de proximidade, onde os visitantes deixam de ser meros observadores para se tornarem participantes ativos:

  • Aprendendo diretamente com artesãos locais em workshops práticos.

  • Descobrindo saberes tradicionais, como a cestaria com plantas autóctones ou a produção de queijo de cabra numa pequena unidade artesanal

  • Partilhando refeições com gastronomia regional preparada com produtos locais.

  • Integrando-se em festividades comunitárias e tradições vivas.

  • Explorando a natureza através de passeios guiados que revelam paisagens, histórias e biodiversidade.

Um estudo recente de Zhou & Wang (2024) sublinha que a qualidade destas experiências depende de dois fatores: o experiencescape físico (o ambiente, a temática, e as infraestruturas que envolvem a experiência) e o experiencescape interpessoal (proporcionado pela interação entre anfitriões e visitantes). Ambos os elementos, segundo os autores, potenciam emoções positivas, que aumentam a probabilidade de os viajantes recomendarem o destino ou regressarem no futuro.


Uma prática de Turismo Responsável

As viagens imersivas não são apenas gratificantes para os viajantes – representam também um avanço no movimento global pelo Turismo Responsável. Ao escolher este tipo de experiência:

  • As economias locais beneficiam diretamente: artesãos, produtores, guias e pequenos negócios veem o seu trabalho valorizado e justamente compensado.

  • O património cultural é preservado: os ofícios e práticas tradicionais ganham visibilidade e continuam a florescer.

  • As comunidades são fortalecidas: receber viajantes aumenta o orgulho na identidade local e abre novas oportunidades.

  • O ambiente é respeitado: o formato de pequenos grupos e as atividades de contacto com a natureza promovem práticas de baixo impacto.

Desta forma, o turismo imersivo gera benefícios mútuos. Os visitantes têm experiências autênticas – não encenadas - que se tornam o ponto alto da viagem: as histórias das pessoas que conheceram, os ofícios que experimentaram com as próprias mãos, as receitas que provaram e as tradições em que participaram. E, ao fazê-lo, cada viagem contribui para uma economia local mais forte e para a preservação do que torna cada lugar único.


O compromisso da Proactivetur

Na Proactivetur, através do Projeto TASA, temos estado muito apostados em fomentar este tipo de experiências de turismo imersivo no Algarve. É o que nos caracteriza. Conhecemos todos os cantos especiais da nossa região, temos acesso privilegiado aos detentores de saber, trabalhamos com as artes tradicionais do território e somos guias experientes de natureza. Além disso, estamos a reforçar parcerias internacionais para desenhar programas exclusivos que celebram a herança cultural e natural da região, sempre com impacto positivo na economia e na vida comunitária. Um exemplo disso é o programa que desenvolvemos com a Artist and Nomad que o está a promover para acontecer em Maio de 2026.

Mais do que visitar, convidamos os viajantes a participar na cultura viva do Algarve. Porque acreditamos que é nesse encontro — entre pessoas, saberes e lugares — que o turismo passa a ser verdadeiramente memorável e responsável.


Referências

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Em 2026 iremos medir impacto dos tours com novo Índice de Sustentabilidade